As recentes enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, deixando milhares de desabrigados e danos irreparáveis, estão mobilizando governos e instituições, especialmente no que diz respeito à habitação. O governo federal está introduzindo uma compra “assistida” de imóveis usados, enquanto instituições financeiras estão interrompendo temporariamente as parcelas de financiamentos imobiliários para as famílias afetadas.
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o auxílio para aquisição de imóveis usados será restrito aos limites das faixas 1 e 2 do programa Minha Casa, Minha Vida. “As pessoas podem procurar um imóvel por conta própria para atender a essa demanda imediata. Aqueles que desejarem vender suas casas também podem buscar a Caixa Econômica, pois vamos repassar às famílias”, explicou Costa, acrescentando que, se necessário, o governo fará um novo chamado ao mercado imobiliário e considerará a possibilidade de reformar prédios comerciais para convertê-los em residenciais.
Além disso, o ministro anunciou a suspensão por seis meses do pagamento de parcelas do Minha Casa, Minha Vida nas áreas afetadas, a quitação de 600 imóveis que estavam para leilão e a identificação de 14 mil imóveis em construção na região.
A compra de imóveis usados também é apoiada pelo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB). Em entrevista à Folha de S.Paulo, Melo destacou que a questão habitacional na capital gaúcha é um grande desafio, uma vez que não há imóveis suficientes neste momento para abrigar cerca de 15 mil pessoas, número que pode dobrar.
Segundo o prefeito, Porto Alegre também não possui tantos imóveis populares prontos para atender essa demanda, portanto, o governo deve tentar adquirir o “maior número de imóveis já prontos, em vez de construir”.
No setor privado, pelo menos cinco bancos estão oferecendo a possibilidade de suspender o pagamento das parcelas do financiamento imobiliário para os clientes afetados. Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander e Banrisul estão suspendendo as prestações por períodos que variam de dois a seis meses, dependendo do banco. As parcelas serão incorporadas ao saldo devedor ou diluídas nas prestações seguintes, sem alteração no prazo total do contrato.
Este conjunto de medidas visa proporcionar um alívio imediato e sustentável para as famílias gaúchas que enfrentam a difícil tarefa de reconstruir suas vidas após as devastadoras enchentes. A mobilização de diferentes esferas da sociedade é fundamental para garantir que todos tenham um lar seguro e digno.